Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sábado, 30 de agosto de 2008
É apenas presente feito de espaços escondidos,
de tempos cronometrados, de abraços furtivos.
A nossa história não é uma historia de amor.
É uma história de encontros/desencontros
que tentamos agarrar entrelalando os dedos para que o momento não nos fuja.
Por isso a nossa história está guardada na parte clandestina dos nossos corações,
aquele lugar onde preservamos todos os nossos pecados e intimidades.
É uma história de desejo apetecido
Disfarçado em ternura. Soror S
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
TEMPO
REGRESSO A CASA
Sempre que regresso a casa
Espera-me o cheiro bom
Do meu quotidiano.
Abertas as janelas
Os objectos têm outra dimensão
E afago-os
Como se os tivesse perdido
Para sempre
Mas os tivesse reencontrado e com eles o lar.
Por isso preciso de os tocar Para os sentir.
São eles que me dão a certeza do regresso.
Em cada volta a casa Eu nasço outra vez
im
NOVO DIA
LUA CHEIA DE AGOSTO
Desperta, amor, O sol já brilha Se bem que a lua, Curiosa, Ainda se recuse a partir. Talvez por isso E porque me convidaste A partilhar a lua cheia de Agosto, Que ainda não chegou Apenas se adivinha No crescente desenhado no meu céu, Estejas nessa prostração. Desperta, amor Quero-te bem vivo. Espero o teu sorriso Ou melhor, as tuas gargalhadas Aquelas que me prometes-te Quando me achaste. Abre a janela, amor Deixa entrar o sol Não na casa, mas em ti. Deixa os seus raios Brincarem com o teu nariz Enquanto repousas no sofá. Desperta, amor. Abre o coração à vida, Recusa sair de cena E volta. Tens de saber separar o dia da noite. Só com essa certeza posso aceitar O teu convite Para partilhar a lua cheia de Agosto.
SOROR S