Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Foi pesado o dia de hoje
pelo teu lado
e pelo meu.
A tarde trouxe-me um pouco de paz
e adormeci, cansada de pensar,
no sofá que é o meu confessor.
Por momentos sonhei contigo
e quando acordei, meio atordoada,
Interroguei-me
Porque me afligira hoje tanto.
Então percebi que só sou capaz
de viver de forma sustentada
sabendo que posso contar com o teu amor.
SS
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
O regresso a casa
Traz sempre coisas esperadas
como o pó nos móveis
por todo o lado,
a caixa do correio a abarrotar
com cartas, folhetos e jornais,
as sombras por todo o lado
e algum aparelho útil
que aproveitou o desuso
para avariar.
Mas sabe bem regressar…
É a cama e o sofá do costume
que esperamos abraçar,
as coisas que são só nossas
juntas para nos receberem:
os cheiros habituais,
os factos de todos os dias,
os vizinhos do café,
o porteiro e o elevador,
o autocarros e as gentes,
toda a rotina vulgar
em que assenta o nosso Estar.
Sabe sempre bem partir
mas mesmo bom é voltar!
GM
terça-feira, 28 de agosto de 2012
ESPAÇO E AUSÊNCIA
Quando me encontraste
senti a agitação do desconhecido
misturada com a magia
do ter sido descoberta.
Nunca dera por ninguém
no espaço que dizem virtual.
Desconhecia o que isso era
e que por lá havia gente a circular.
Não senti nunca como concebível
essa superfície sem dimensões onde me viste
bem próxima do que eu imaginava por inexistência.
O tempo passou.
Aprendemos muito,
mas sobretudo tomámos consciência
que, o espaço que hoje partilhamos
e onde nos queremos,
apesar de ser o real
se identifica com o virtual
porque como este
é para nós um espaço também vazio
mas tem um nome:
Chama-se ausência.
SS
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
DEPOIS DA CHUVA
Hoje
o sol acendeu-se
varreu as nuvens
e apagou a chuva.
A natureza
riu-se novamente,
os pássaros voltaram ao jardim
para beijarem as flores
que, felizes, se abriram de repente
num painel luzidio de mil e uma cores.
SS
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