Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 9 de abril de 2011

VERÃO NA PRIMAVERA

Há tardes assim
Em que o céu que está sobre mim
É azul e transmite calor.
Assemelha-se bastante ao Verão
Porque já apetece praia
E aquele langor
Que nos acaricia até ao sol se pôr.
Depois …
Uma bebida fresca a dois
Um abraço envolvente
E um passeio distraído pela marginal
Que acaba certamente
Num lugar chamado amor.
SS

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Estou só
Por vezes nada é melhor do que estar só
Porque ninguém nota o que sentimos
Nos faz perguntas
Ou nos olha com ar de dó.
Só que não é esse o meu modo de estar
Quando tenho a minha própria consciência da solidão
E me sinto no fundo do nada
Tal como qualquer náufrago
Luto ferozmente
E espero que alguém surja e me estenda a mão.
SS

terça-feira, 5 de abril de 2011

UM OMBRO

Um ombro e nada mais
É o que preciso neste momento
Em que cada gesto é uma acusação
E cada palavra uma forma de tormento.
Ou então que me deixem dormir
Um sono sem sonhos
Até que tempestade passe
E eu possa reparar que há de novo sol na minha vida
E que no meu jardim o lilás recomeçou a florir.
SS