Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 26 de abril de 2018

UMA SAGA PESSOAL


Ao longo dos últimos anos ( e já lá vai mais de uma dezena) o meu trabalho intelectual esteve sempre intimamente ligado à devoção ao Bom Jesus de Matosinhos no Brasil.  Conclui há dias que o tema se não está esgotado ( e julgo que o estará) pelo menos para mim está encerrado. Restam apenas as fotos e os videos para arrumar. Os textos já publicados estão na minha página da Academia.Edu . Outros há ainda para publicar que estão em descanso, à espera de vez para serem dados a conhecer e que eu me reponha do cansaço. Nestes anos envelheci fisicamente ( o trabalho não me permitiu envelhecer intelectualmente).Foi uma enorme viagem no tempo e no espaço que me trouxe grandes amizades, muitas alegrias mas também cansaços.
A todos os que me acompanharam nessa viagem, um enorme obrigada pela forma como o fizeram e pela amizade que me ofereceram. Com um enorme abraço aqui deixo o que ficou em mim dessa longa jornada

VIAGEM – Fim da Rota de fé

Um dia sonhei
Abrir caminhos desconhecidos
Viajando montada nas palavras escritas
E guiada pela intuição  e pela partilha.
Parti sem conhecer bem o rumo
Mas segura da meta a atingir.
Sem me despedir, nem deixar mensagem
Parti só
Num rumo que desconhecia
Mas que pressentia ser o trajecto certo
Para o que queria alcançar.
Outros a mim se juntaram
E foram meus companheiros de viagem
Sem nunca nos termos encontrado.
A fé juntou-nos e guiou-nos
E o caminho deixou de ser solitário
Tornando-se, à  distância um projecto partilhado.

Hoje a viagem acabou
Não  por cansaço ou falta de vontade,
Pois muito mais andaria se houvesse para andar,
Mas apenas porque eu cheguei onde queria
E essa era a hora que marcara para os libertar.
Assim despedimo-nos desta caminhada
E agora cada um fará  a sua própria viagem
Na direcção preferida.
Eu vou caminhar com a aragem,
Agora só e sem rumo nem rota.
Talvez por isso diz-me a intuição
Que nesta estrada que vou tomar
Farei  sozinha a última viagem
Do resto da minha vida.


 Isabel Lago  ou GM , como preferirem.

Matosinhos 2003 a 2018

quarta-feira, 25 de abril de 2018


PALAVRAS CALADAS

Pior que o silêncio
são as palavras caladas.
O silêncio é o nada,
um espaço oco e sem vida
que se busca para serenar.
As palavras caladas
Pressentem-se,  mas não se entendem.
Escolha de quem as escreve
são a expressão e a vontade
de as querer silenciadas.

GM



EU EM TI


São teus os pensamentos
que acompanham o meu dia.

São para ti as palavras
que o coração me dita.

São por ti as lágrimas
que se soltam sem pedir.

Sorrio ao pensar em ti
Recordando o teu modo de o fazeres.

O meu caminhar por esta vida
é a minha forma de te seguir.

Será teu o meu corpo
Sempre que o quiseres.


SS

terça-feira, 24 de abril de 2018


Fim de tarde

O sol desceu devagarinho
espelhou-se na superfície do mar
e espreguiçou-se no areal.
Na esplanada,
as vozes, que há pouco gargalhavam
silenciaram-se
e ninguém mais se mexeu
para não perder a beleza
que o poente oferecia.


Que pena amor
Não estares comigo nesse fim de dia.

SS



VAMOS DEVAGAR


Vamos devagar…
Apesar de tudo não temos que ter pressa!
Que são algumas semanas
Perante a imensidade do tempo que passou
Antes de sermos NÓS?

Vamos devagar
Para usufruirmos cada momento
Cada olhar
Cada palavra
(Apenas pensada porque não temos que falar)…

Vamos devagar…
Deixa-me primeiro pousar a cabeça no teu braço
Ou aninhar-me no teu colo
Para me esquecer desta demora.
Só então irei dar-te a minha mão
e acompanhar-te para dentro do teu lar.

Ss



Fim de tarde

O sol desceu devagarinho
espelhou-se na superfície do mar
e espreguiçou-se no areal.
Na esplanada,
as vozes, que há pouco gargalhavam
silenciaram-se
e ninguém mais se mexeu
para não perder a beleza
que o poente oferecia.


Que pena amor
Não estares comigo nesse fim de dia.

SS

segunda-feira, 23 de abril de 2018

TRATO DE AMAR

Para não perder o hábito:


TRATO DE AMAR

Não abras a porta
se não for eu a bater.
A tua porta já conhece o meu toque
e, se não o conseguires pressentir
por já estares a dormir,
certamente ela te irá acordar
porque já se habituou a ele
e sabe que, todas as noites,                                    
impreterivelmente,
mais tarde ou mais cedo,
eu irei chegar,
em sonhos ou pessoalmente.

A tua porta
(não a da saída, mas a de entrar).
no seu silêncio e na sua discrição
é a única presença que penetra
no nosso privado trato de amar.

SS



UMA NOVA FASE DA MINHA VIDA



REGRESSO A  ALGO QUE NUNCA DEVERIA TER ABANDONADO


Hoje, 23.4.2018 decidi, num repente, retomar este blog. Não sei se me sentiram a falta. Eu não tive tempo de sentir a falta deste cantinho porque, como alguns sabem, durante os últimos anos me desdobrei em trabalhos de pesquisa e de versalhada. Findos os primeiros  irei continuar com a poesia, sempre que me apetecer, mas vou tentar passar por aqui e falar com vocês de coisas que me interesam ou me aliviem a alma. 
Já quase esqueci o que é ser blogger, portanto perdoem-me se as coisa não correrem muito bem. Agora vou ver como isto saiu para verificar se valeu a pena vir cá ou se perdi a mão para isso. Até breve