Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 13 de novembro de 2010

SE TE PUDESSE AMAR À LUZ DO DIA

Se te pudesse amar à luz do dia E passear pelo mundo de braço dado Trocando os sorrisos e segredos De um casal de namorados, Não sei se seria mais feliz. O nosso amor vive de momentos isolados Partilhados todos com tal intensidade Que nunca se perde em ninharias. Por isso, apesar do longe e da saudade, Talvez este segredo em que vivemos Seja a chave para sentirmos cada dia Que somos realmente apaixonados. SS

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

DEPOIS DO AMOR

Depois do amor Há um pequeno nada no teu olhar Que me intriga sempre Porque não o sei entender… Sinto apenas que ele me envolve Como uma nova pele Que se ajusta melhor ao meu corpo. Será ternura ou resto de prazer? SS

domingo, 7 de novembro de 2010

PRAZERES

Não sou de grandes prazeres Daqueles que evocam O infinito ou o pecado. Bastam-me os pequenos De preferência variados: Um livro que se descobre E se lê em solidão; Uma música, talvez um swing, Que me arrasta a paraísos perdidos; Um encontro de amigos Festejado em união De uns tintos bem escolhidos… Marcado ou inesperado Tudo para mim é um prazer Se me enche o coração. SS

NUNCA

Nunca voei tão longe Como com as tuas asas… Nunca subi tão alto Como com o rumo que traçaste… Nunca vibrei tanto Como quando me alisas as penas… Talvez nunca tenha atingido a plenitude Antes de me encontrares SS

O MEU SENTIR

O meu sentir é em tudo tão intenso como o tom azul deste imenso mar. Por isso, amor, aqui to deixo todo. Fitando a sua vastidão talvez assim entendas o meu singular modo de te amar. SS

DIZER QUE TE AMO

Ousar dizer que te amo É coisa elementar E nem sequer uma novidade. Por isso nunca o disse Nem insinuei. Para quê gastar palavras Se me devolves Em cada gesto Em cada olhar O mesmo ardor Que em ti ateei SS

SE ME CHAMARES

Se me chamares E não te responder Não te zangues comigo. Não é por indiferença É mais certo ser por distracção. As minhas ideias andam confusas Entre o que tenho e o que gostaria de ter O que faço e o que deveria fazer O que sinto e não queria sentir. Se me chamares E quiseres mesmo ser ouvido Toca-me com a mão Abana-me mesmo Porque ao sentir-te O que me rodeia ou me preocupa Toma de repente outro sentido SS

VERGONHA

Perdi, amor, A ocasião de te ter No meio da confusão Deste tempo atarefado. Reencontrei-te na palavra, No som da tua voz Ao dizeres “Gostei” Nesse jeitinho especial De amante envergonhado SS