Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
PERDI O HÁBITO DE TI
Perdi o hábito de ti.
A ausência
Preencheu o teu lugar
Com inseguranças
Incertezas
E saudades.
Já não sei a cor do teu olhar
E silenciei a memória
Da tua voz.
Por isso
Vivo em confusão
No meio das gentes
E não te encontro
Porque não sei procurar-te.
Busca-me tu
Para que não te perca.
Tira-me desta sombra
Em que me fecho.
Não deixes que me leve
O esquecimento.
SS
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Dá-me a tua mão
E ensina-me o teu olhar.
Quero ver as coisas
Claras como tu.
Mostra-me o céu
Do teu imaginário
E o mar em que navegas
Quando repousas
Nesse teu silêncio
Tão profundo
Que apenas tu sentes
Mas não sabes explicar.
Dá-me a tua mão
E leva-me contigo
Num voo de gaivotas
Ou num rasto de corça,
Se preferires,
Mas não me deixes só.
Perderia as referências
Do meu sentir
E esqueceria
A capacidade de amar.
Tornar-me-ia
Uma árvore seca
Levada pela corrente
Que nunca encontraria a foz.
Estende a tua mão,
Assim
De mansinho
E guia o meu caminhar…
SS
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