Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sinto-me imersa numa imensa letargia
e as minhas palavras ,
aquelas que te escrevia a cada dia
para que eu nunca desaparecesse de ti,
surgem-me lentas, desalinhadas,
sem brilho, nem cor
como se algo nelas tivesse morrido.

Contudo, dentro de mim
elas vivem e gritam-me
pedindo que quebre as grades
da prisão em que as guardo
para retomarem o seu voo até ti
como se esta ausência que eu própria criei
nunca tivesse acontecido.


SS