Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 25 de abril de 2015

CLANDESTINA

Não sei que caminhos percorreste
até chegares a mim.
Sabias o que querias
mas desconhecias onde o achar.
Nessa busca, que parecia não ter fim,
acabaste por me encontrar
e, sem pedir licença,
tomaste-me  como uma pertença
que guardaste no coração,
lugar que eu própria escolhi
porque por ele corre o sangue
que te dá a vida que partilhas
com a  clandestina que vive dentro de ti.

SS

quinta-feira, 23 de abril de 2015

ACONTECEU

Tive-te sem te procurar.
Dádiva de um ser desconhecido,
de quem não sei o nome
e desconheço a proveniência ,
aconteceste na minha vida
sem que o tivesse pedido
e quando menos o esperava.
Chegaste por caminhos incógnitos
nas logo percebi
que vieste para ficar
porque cabias à justa
no espaço que eu reservara para o amor .
Ajustaste-te a ele e logo o preencheste
sem aviso prévio ou permissão.
A partir de então não mais o abandonaste
e tornaste-te para sempre meu senhor.


SS

terça-feira, 21 de abril de 2015

TALVEZ PORQUE CHEGOU A PRIMAVERA

Talvez porque chegou a primavera
recuperamos as nossas conversas.
Não que tenhamos deixada de falar,
por voz ou mesmo por pensamento.
Só que os temas andavam tão frugais
e tão desligados de nós
que temia fossem arrefecer
pela falta do sol e de calor.
Com a mudança de estação
aqueceste as palavras
pintaste-as com a esperança
e as promessas chegaram-me
em todo o seu esplendor.
Agora é só esperar
que os dias passem depressa
e o longe se torne perto
para então retomarmos
o tal debate aguardado
sobre nós dois e o amor.

SS