Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 18 de maio de 2012

PREGUIÇA

Tenho tanto que fazer!!!
É verdade!
Acontece, porém,
que me falta a vontade
de pegar na tarefa
e acabá-la.
Chama-me a vida lá fora
e o sol, que me está a espreitar,
desafia-me a preguiçar.

No jardim,
pousado na buganvília,
um melro canta só para mim
uma bela melodia.

Ajudai-me, Senhor.
na opção a fazer:
mais vale ouvir a canção
ou cumprir o meu dever?

GM

quinta-feira, 17 de maio de 2012


Para te sentires em casa
quando chegares junto de mim

gostaria de te oferecer um leito de flores
das que costumo ter no meu jardim.
Entre os aromas das pétalas
e a frescura dos lençóis de linho
o nosso amor explodirá em mil e uma cores,
o meu mundo passará a ser o teu também
e não apenas um desejo ou uma quimera. 

Vem amor
Que se faz tarde.
Não percamos mais esta primavera.
SS

quarta-feira, 16 de maio de 2012

LONGO É O TEMPO DA ESPERA

Custoso este aguardar
do passar dos dias
com horas, minutos e segundos
sempre iguais
indiferentes ao tempo
e à disposição pessoal.
Choramos para lamentar
e rimos para esquecer
mas o sol, indiferente, nasce a cada dia
mesmo que se não consiga ver.

Há pouco o sol
entrou na minha janela.
Sinal de esperança
ou uma forma de me avisar
que a espera finalmente está a terminar?


SS

terça-feira, 15 de maio de 2012

SONHAR

Sonhar
é a forma mais íntima
que tenho de me libertar
de viajar dentro e fora de mim.
Sem fronteiras nem passaporte,
sem tempo nem lugares definidos
a única coisa de que preciso

para ir onde quero chegar
é apenas sonhar.

Mas como nem tudo é perfeito
 sonhar tem um defeito:

o ACORDAR.

SS

domingo, 13 de maio de 2012

OLHAR

Olha-me nos olhos, amor,
mas não para me olhar.
Quero que me olhes, mas para me ver.
Fá-lo da forma pausada
e do mesmo jeito aberto
com que me despes,
peça por peça,
beijando enlevado
cada espaço do meu corpo
que vai ficando a descoberto.
 
Depois
fecha as minhas mãos nas tuas
e leva-me para o teu mundo
onde o tempo não existe,
o sol confunde o poente com a aurora,
as estrelas não param de brilhar
e de onde nunca ninguém regressa…

Olha-me nos olhos, amor,
assim,
para me veres.

Hoje.
Agora.
Não amanhã.

Quando o teu olhar me beija assim plenamente
sei que já estás pronto e ambos temos pressa.

SS