Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sábado, 27 de abril de 2013
REFLEXÃO
Abre a tua mão,
mas bem aberta
como se fosses afagar alguém.
Em seguida encosta a tua mão à minha
e cruza os teus dedos com os meus.
mas cruza-os muito bem.
Depois olha-me nos olhos longamente
para que eu perceba tudo que há em nós
e nos une sem contudo nos prender.
Também o ar que respiramos
é como se fosse uma amarra,
mas sem ele nunca poderíamos viver.
SS
sexta-feira, 26 de abril de 2013
FOSTE AO MAR
Foste ao mar marinheiro
com rumo desconhecido.
Partiste só e calado
Que te terá feito partir?
O sonho de uma aventura
ou tão somente fugir?
Deixaste atrás a saudade
nas lágrimas de quem ficou
e nem atendeste ao grito
que da praia te chegou.
Foste ao mar marinheiro
partindo sem me chamar.
Se me amas, nunca esqueças:
Não partas sem me levar.
SS
quarta-feira, 24 de abril de 2013
PONTO DE PARAGEM
A tua vida é um turbilhão
de busca
e com tudo quanto ela te deu
traçaste uma linha de viagem
cujo fim não se adivinha
e tu próprio desconheces.
Mas nesse teu caminhar
ao sabor da aragem
onde quer que eu esteja
encontrarás sempre em mim
o teu ponto de paragem.
SS
terça-feira, 23 de abril de 2013
OUVIR-TE
Não sei viver
no vazio do som das palavras
das sílabas
das letras.
Mais do que escrevê-las
ou lê-las
gosto de as ouvir.
E do som das tuas, meu amor,
é a força que alimenta o meu viver
e a cada dia me proíbe desistir.
SS
no vazio do som das palavras
das sílabas
das letras.
Mais do que escrevê-las
ou lê-las
gosto de as ouvir.
E do som das tuas, meu amor,
é a força que alimenta o meu viver
e a cada dia me proíbe desistir.
SS
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