Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 17 de junho de 2011


Comer uma maçã
É como morder uma boca.
Ambas saciam a fome
Mas em contextos diferentes.
As duas lembram um toque
De textura semelhante
Carnuda e saborosa.
Têm um sumo adocicado
Que escorre pelos lábios
Em ribeira pressurosa.

Comparação transgressora
Dirá o mundo malvado:
Pois se prefiro a maçã
É sinal que tenho fome.
Se optar pelo boca
É porque caí em pecado.
SS

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ILUSÃO

Em ti sonho dias
Sonho noites
Numa solidão desesperada.


Em ti busco rumos
Busco forças
Numa esperança alucinada.
Em ti busco luz
Busco o impossível
Com as mãos cheias de nada.
Viver assim
É viver sem ilusão.
De que me serve ser um corpo
Se ele não tem coração?
SS

domingo, 12 de junho de 2011

FAMA

Não me ilude
O brilho nem o colorido da fama.

A glória é um fugaz momento
Que alimenta egos
E se dissolve numa rajada de vento.

Só me deixo iludir
Quando alguém diz que me ama.
SS