Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sábado, 11 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Sinto-te fugir da minha vida pouco a pouco.
O teu silêncio esconde a razão
desse afastamento
Para a descobrir
disfarcei-me para te seguir
sem que desses por mim.
Para isso roubei as cores do arco-íris
e misturei-me com os tons do poente
e persegui-te cada dia
ao fim da tarde,
a hora em que a verdade custa menos
porque antecede a escuridão da noite
que é a mãe da fantasia.
Assim se não te encontrar
conseguir-te-ei pelo menos recordar.
SS
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
ESPERA?
Por tudo e até por nada
pelo que me deste
pelo que me dás
pelas palavras
pelos silêncios
pelos risos
pelas lágrimas
pelas presenças
pelas ausências
pelo encontro
pelas partilhas
pelas buscas
pelas ideias partilhadas
mas sobretudo pelo teu olhar
que me beija até sem me ver
tem valido a pena viver
mesmo a esperar.
Porquê?
Não sei.
Talvez um dia o descubramos
SS
terça-feira, 7 de agosto de 2012
OLHARES
porque ou expressam de mais
ou se fecham no menos.
Contudo gosto mais destes
porque desafiam a adivinhar
o que se guarda neles
e que gostaríamos de saber.
Se estivermos atentos
percebemos que, mesmo calados,
deixam voar confidências.
Depois… é só esperar
que a mensagem seja clara
e que o que esses olhos nos contam,
e são coisas muito nossas,
não revelem imprudências.
SS
domingo, 5 de agosto de 2012
BREJEIRICE
Passar a ferro é diferente de engomar
se bem que lá no fundo
tenham as mesmas funções.
Poderia fazer um tratado
sobre ambas as expressões
(bom trabalho para um mestrado
na Lusófona, quem sabe,
não fossem as alterações).
Ambas precisam do mesmo:
quem trabalhe e goste do que vai fazer
e um ferro p’ra aquecer.
Se queremos engomar
precisamos de ajudantes:
amido, fécula, maizena,
que se misturam na água
onde se banham as peças.
Depois é só torcer e passar
p’ras ditas ficarem tesas.
Este processo com aditivos é eficaz
mas só para quem começa
e tem dúvidas se é capaz.
O passar a ferro normal
tem um certo ritual
em que além de água e calor
e muito e muito saber
é preciso ter ardor
para misturar adequadamente
tudo quanto é necessário.
Primeiro escolhe-se a peça
e estica-se manualmente.
Depois aquece-se o ferro
gradual e convenientemente.
Em seguida, com a energia bem acesa,
Borrifa-se a gosto ou como dá jeito
e com a peça bem presa
atirámo-nos à empresa.
Deixo ao gosto do aprendiz ou leitor
escolher dos dois métodos
o que achar mais eficaz
ou o que lhe souber melhor.
SS
Subscrever:
Mensagens (Atom)