Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

É de noite
Que o teu silêncio é mais silêncio.
Não por ser de noite
Mas porque
A tua ausência é mais ausência.
À luz do sol
Consigo situar-te
No cenário dos nossos quotidianos
E por isso estou próxima de ti.
A escuridão mistura-te com o ignorado
Sítio sem formas e sem fundo
Onde não sei se algum de nós  está ali .


Sem luz
Ausente
E sem lugar
Que espaço ocupo eu nesse teu mundo?


SS

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As palavras dizem mais
Quando escritas no silêncio
Desenhadas a preto no céu de uma lua nova
Ou a branco num lençol de linho.
O ruído e a cor altera-lhes o sentido
E perturba a sua compreensão.

Esta noite, olha para o céu
Ou afaga o teu lençol.
Neles encontrarás
Tudo quanto quis comunicar-te.
A mim competiu a mensagem
Interpretá-la será a tua parte.


gm

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Somos as duas margens do mesmo rio.
Marcamos as suas fronteiras
E com elas o modo de ele correr.
Se nos aproximamos
Ele corre com mais força.
Se nos afastamos
Ele procura manso
A foz onde nos junta
E indica
Para onde vamos
Quem somos
E qual é o nosso futuro.

Quando chegamos ao mar
A nossa peregrinação
Deixa de ser uma promessa e torna-se uma realidade
Porque ambas as margens se confundem.
Nisso reside o que entendemos por Fraternidade.


GM