Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Muito pior que o longe

É o esquecimento

O primeiro

Ultrapassa-se.

O segundo,

É uma espécie de relógio

Que bate a todo o momento.
Viajo nas palavras
Como num mapa.
Escolho direcções
Marco etapas
Traço o roteiro.

Depois embalo as palavras
Em volume de papel de escrita
Dirigido a quem me entenda.
Nesta viagem, sem partida nem regresso,
Só pode ser meu companheiro
Quem seguir a mesma senda.


SS

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

GAIVOTAS OUTONAIS

Hoje
A praia não tinha mar
Nem areia
Eram só gaivotas.


E ouvi o teu riso deslumbrado
E vi o teu olhar banhado
Pela surpresa
E pela emoção.


E tudo isto
Sem estares a meu lado...
Viveste esse momento
Pelos olhos do meu coração.


SS

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

SILÊNCIOS

Que guardas para ti
E não me contas?
Que silêncios são os teus
Que não os fazes meus
Nem me deixas partilhar?


A vida é feita de segredos,
Mas essa forma de calares
Bem fundo em ti
Os afectos e os medos,
Sugere receberes e nada dares.
SS

domingo, 2 de outubro de 2011

MIRAGEM

Se fosses pássaro
Os teus braços seriam o ninho
Com a medida certa para albergar
O meu corpo e o meu espírito.
Neles encontraria
A paz e o sono
Que perdi
Nesta vida eternamente em viagem.


Mas como não és pássaro
Nem sequer um ninho
Dá-me um pouco do teu calor
Para suportar
A loucura
Desta infinita miragem.

SS