Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 27 de agosto de 2011

PERCURSOS...

Primeiro surgiram ideias
Depois palavras
Traçadas a preto no branco de uma página.
Traziam convites
Lembravam sentimentos
E muito de insondável…
Solidão?
De certo
Mas também um desafio
Irrecusável
Apetecível
Sedutor.

O tempo fez-se em dias
O sol e a lua
Cruzaram-se nos anos
Partilhados em presença
E numa ausência
Que esqueceu o esquecimento.

Agora…
Que fazer
Deste diálogo longo
Que se tornou amor?


SS

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ÁGUA DE CHUVA

A chuva desta tarde de verão
Colou-se à vidraça
Que me isola do jardim.

Duas gotas límpidas
Desceram de mansinho
E tornaram-se uma só
Quando se chocaram
Mesmo frente a mim.


Interrogo-me se o sucedido
Terá sido uma busca
Ou um acaso.
Não sei o que pensa a chuva
Mas para mim foi mesmo um “caso”.
SS

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

PARTILHA

Abri-te os meus braços
e embalei-te os sonhos
em palavras desfiados.


Bebi o azul do teu céu
em ilusões partilhadas.


Caiu a tarde e eu parti
De mim, nunca de ti.


SS