Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


terça-feira, 6 de agosto de 2013



Nasci banhada pelas marés,
cresci com as sirenes dos navios
e os pregões cantados das peixeiras.
O destino desenhou a minha rota
num areal dourado
à hora em que partia a frota
para mais um tempo de canseiras.

Por isso o destino marcou-me fatalmente
e embora o meu corpo seja o de gente
a alma que carrego é de gaivota.


SS


domingo, 4 de agosto de 2013

SILÊNCIO

 O som das tuas palavras 

serve-me de vestido 

na tua ausência. 

Com ele tapo a nudez

de cada um os dias que passam 

sem te ver

sem te sentir

sem te tocar

e submersa pela tua mudez.


SS