Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 14 de novembro de 2009

Cada vez que diz: “gosto muito de si” 
É como se eu ganhasse um presente especial. 
Não que tenha dúvidas 
De que gosta de mim 
Mas porque, sendo raras as vezes Em que isso acontece, 
O faz de um modo especial, 
Brusco e quase envergonhado, 
Mas com um olhar de ternura tão intenso 
Que dissipa o tom pragmático da declaração. 
Por isso, amor, diga-o mais vezes 
Porque é no reviver desses momentos 
Que mitigo a dor da nossa ausência.
SS

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

GLOSA

MOTE:  O Outono é lindo como nós
 Porque Nós somos o Outono E somos lindos- Isso pelo menos dizem os nossos olhos -Quando se cruzam depois do amor. Somos também imprevisíveis -Porque apesar de termos nascido de um acaso- Nos completamos nas coisas importantes da nossa humanidade E nos risos que trocamos a propósito de nada. O nosso lugar no mundo situa-se dentro de nós. Mas sobretudo somos fortes porque em nós se casam 
A luminosidade de todas as Primaveras 
Com os calores rubros de cada verão. 
E quando chegarmos ao Inverno 
Vamos ser aquecidos pelo calor dos nossos corações 
E pelas vivências do percurso palmilhado 
Através das estações de todos os nossos anos. 

 SS