Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 16 de abril de 2015

NA PARTIDA DE DUAS COLEGAS

Para a Manela Leal e a Inês que partiram esta semana 


Primeiro foram os anos de convívio diário
de amizade
debate
fúria e cansaço
alegria e entusiamo
mas, sobretudo,
do bulício dos alunos
e da dinâmica da escola
que era uma segunda família.
Como em nossas casas
havia  tarefas a fazer
num dever que nos tínhamos imposto
e que tentámos levar sempre  a sorrir.

A pouco e pouco fomos desaparecendo.
Umas em busca de um repouso apetecido,
outras porque Deus lhes traçou destino diferente.
Contudo restou  um  elo entre  quem ficou e quem  partiu
e as nossas separações  nunca foram esquecimento.
Cabe agora mantermos a fé de que nos vamos rever um dia
num espaço que Deus reservou para a nossa  eternidade
 e onde perceberemos que  a nossa vida neste mundo
afinal pouco mais foi do que um momento.


IL