Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 3 de março de 2012

SERENIDADE




Frente a mim o mar…
Estranho mar de verão em pleno Inverno
Planície sem fim, sem ondas, sem gaivotas.
Estas, coitadas, confusas, em bandos espalhadas
mudaram-se para terra em busca de outras rotas .

Frente a mim o mar…
O sol, o azul e o brilho do ar…
Aquilo que dá repouso a este meu viver.
Para ser feliz, não preciso de mais
Bastam-me apenas os escassos momentos
Em que o meu olhar naquele "sem fim" se vai perder.
Gaivota Maria

...

E
Na ausência das palavras
Levantar os copos
Sorrir
E brindar aos afectos
E, a este mar
Que nos atravessa a alma
E, nos renova

Voltaremos
Eu creio


Gaivota Mimi

sexta-feira, 2 de março de 2012

NUMA DESPEDIDA

Foram anos que não passaram
foram dias que custaram a passar
foram horas de muito trabalhar
Foram momentos de rir e de chorar
Foi muita coisa que ficará por contar.
............................
Melhor do que falar
É ter memórias boas para guardar
gm

quinta-feira, 1 de março de 2012

SAUDADE

Saudade sente-se na pele
quando o coração já não tem espaço
para a albergar.
Por isso se aloja sobre nós
como uma roupa velha
que desejamos voltar a usar.

Saudade é perceber que o que temos
não basta para consolar.
Existe  e anda  algures
Mas não se deixa ver
nem sequer  tocar.
SS

domingo, 26 de fevereiro de 2012

SÁBADO


Definitivamente
não gosto do domingo.
Coisa de infância, talvez,
quando me impunham roupa impecável
para aparecer na missa e comungar, na minha vez,
perdida numa fila interminável.
E como o diziam dia santo
brincar era um desrespeito fatal:
não havia jogos nem encontros com amigos
fosse na rua ou no quintal.

Ficou-me até hoje esse desagrado.
Por isso acho o sábado um dia mais animado:
Posso fazer o que me apetece:
passear, ler, namorar,
descansar ou portar-me mal…
Sábado, sem a missa e sem trabalho,
é como se fosse  a “terra de ninguém.
Por isso hoje não me vejam, nem me perturbem
e muito menos insinuem
que o que eu fizer neste dia é um pecado.

SS

SENTIR

Sinto-te a cada momento
e em cada coisa que vivo  no meu dia a dia.
Amanheces comigo quando o sol se anuncia
e nunca dei que partisses,
desse lugar de vigia,
quando a lua ilumina o meu sono.

Apesar de longe
Que seria de mim se não existisses?
SS