Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 4 de maio de 2018



Há um pequeno nada no teu olhar
Que me intriga sempre
Porque não o sei entender…
Sinto apenas que ele me envolve
Como uma nova pele
Que se ajusta melhor ao meu corpo. 
Será ternura ou resto de prazer? 


SS

PROCURO-TE
nas pequenas coisas do dia a dia,
no que fiz e no que deixei de fazer,
em cada manhã que se abre em rosa
e em cada tarde que se fecha em azul marinho,
ao anoitecer.

Procuro-te como sou
nos sítios em que imagino estar,
mas onde afinal não estou.

PROCURA

Procuro-te no tempo que sinto passar
e naquele que espero há-de vir,
mas nunca sinto chegar.

Procuro-te no longe e no perto
no que conheço e no que desconheço,
no princípio do tempo e no seu fim.

A minha vida é toda uma procura
que só terminará quando te tiver
todo por inteiro ajustado a mim.
GM

quarta-feira, 2 de maio de 2018



O tempo do Amor

O tempo do amor
Não se conta 

Nem pelos dedos
Nem pelo calendário.
Não se lhe podem aplicar
Fórmulas matemáticas
Ou princípios de estatística
Para sabermos quando começou,
Quanto dura e quando vai terminar.
O amor
Não cabe em prazos
Sejam eles curtos ou longos

Nem se prende a estruturas ou conjunturas.
É um estado de espírito
Por isso
É impossível avaliar
Quanto um amor vai durar.
Mas se lhe quisermos conferir
Uma dimensão
Basta saber se cabe no coração.

GM