Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Tempo

TEMPO
Não temos tempo, temos saudade,
amamos em intervalos cruzados,
entre a ausência e a ocasião,
determinados pelo acaso
que corre sempre veloz.

Mas , quando estás,
o teu corpo é o meu também
porque ambos cabemos num só.
E após saciada a saudade
o tempo somos só nós.
SS

terça-feira, 18 de agosto de 2015

ULISSES E PENÉLOPE

Como Ulisses
Iniciaste pouco a pouco
Uma viagem que te está a levar
Para bem longe de mim.  
Não sei o que persegues
Desconheço a rota do teu navegar
E muito menos a data do regresso,
Se é que um dia vais voltar.

Como Penélope 
Encherei o meu tempo
A procurar os teus sinais no horizonte,
Tecendo uma teia com fios de esperança
Que desmancharei a cada noite vazia de ti
Mas retomarei nas auroras seguintes
Até ao dia em que decidas retornar.

SS