Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Não tenho dias marcados
Para celebrar o amor
Por isso não me diz nada
O dia dos namorados
Gosto de si todos os dias
E de um modo regular
Não sujeito a estatísticas
Nem representado em curvas
De gráficos a analisar.
Gosto de si simplesmente
E não preciso de santos
Nem de um dia reservado
Para me ajudar a lembrar
Que o tenho a meu lado
E mesmo que por azar
Nos afastemos um dia
Vou continuar a gostar
13.2.2010
SS
10.2
Gostava de te ter aqui
Num frente a frente
De verdade
Em que as palavras,
mais dos que os gestos,
se tecessem entre nós.
Temos tanto que falar
Para conseguirmos de vez
Desfazer o nó
Que surgiu
Sem sabermos como
Nem porquê
E que nos ia arrastando
Para um fim imprevisível.
Tenho saudades, amor,
De sermos nós outra vez.
SS
O TEU OLHAR
O teu olhar
Ensinou-me tanta coisa
E até me contou histórias
Algumas de encantar
Outras mais para pensar
E debater contigo
O desenvolver da sua teia.
Falavas-me do Graal
Que perseguias
E do Rei que mais gostavas
Mas as que eu preferia
Eram as da bela Inês,
A rainha sem o ser.
Conta-me tudo outra vez.
Inventa heróis
Ou refaz os conhecidos
Compõe fábulas
Ou cria mitos
Mas fala-me de quanto sabes
Mesmo que não possa entender
São motivo para eu viver
O que guardo em mim desse teu olhar
São as histórias que gostavas de contar
11.2.2010
SS
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