Ouço a tua voz
trazida da distância
pela mesma brisa que carrega
o aroma das uvas a começarem a fermentar.
Consigo mesmo seguir o percurso que ela faz,
por entre montes e vales
rasgados por um rio sinuoso
mas tão calmo e doce
que nem se nota a correnteza.
Ouço a tua voz,
mas não te vejo.
Que importa?
O caminho que lhe indicaste,
para me encontrar e transmitir o teu recado,
foi desenhado por ti com os fragmentos
de tudo quanto para nós é a beleza.
SS
SS