Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


domingo, 5 de agosto de 2012

BREJEIRICE


Passar a ferro é diferente de engomar
se bem que lá no fundo
tenham as mesmas funções.


Poderia fazer um tratado
sobre ambas as expressões
(bom trabalho para um mestrado
na Lusófona, quem sabe,
não fossem as alterações).


Ambas precisam do mesmo:
quem trabalhe e goste do que vai fazer
e um ferro p’ra aquecer.


Se queremos engomar
precisamos de ajudantes:
amido, fécula, maizena,
que se misturam na água
onde se banham as peças.
Depois é só torcer e passar
p’ras ditas ficarem tesas. 


Este processo com aditivos é eficaz
mas só para quem começa
e tem dúvidas se é capaz.


O passar a ferro normal
tem um certo ritual
em que além de água e calor
e muito e muito saber
é preciso ter ardor
para misturar adequadamente
tudo quanto é necessário.


Primeiro escolhe-se a peça
e estica-se manualmente.
Depois aquece-se o ferro
gradual e convenientemente.
Em seguida, com a energia bem acesa,
Borrifa-se a gosto ou como dá jeito
e com a peça bem presa
atirámo-nos à empresa.


Deixo ao gosto do aprendiz ou leitor
escolher dos dois métodos
o que achar mais eficaz
ou o que lhe souber melhor.


SS



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