Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 10 de agosto de 2012



Sinto-te fugir da minha vida pouco a pouco.
O teu silêncio esconde a razão

desse afastamento
Para a descobrir
disfarcei-me para te seguir
sem que desses por mim.
Para isso roubei as cores do arco-íris
e misturei-me com os tons do poente
e persegui-te cada dia
ao fim da tarde,

a hora em que a verdade custa menos
porque antecede a escuridão da noite
que é a mãe da fantasia.


Assim se não te encontrar
conseguir-te-ei pelo menos recordar.


SS

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