Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
TEMPO
Dia a dia marquei no calendário
O tempo da ausência.
Enchi os meus dias
de passeios pela praia
para acompanhar o voo das gaivotas
e sonhar que podia ir com elas
levar-te os meus sonhos e desejos
do tempo de regresso.
Misturei os meus papéis de trabalho
com as palavras do Aznavour
e às vezes do Sinatra
para não sentir os dias que passavam
sem voltares.
Mudei três vezes
as rosas vermelhas
da minha jarra
e tu não chegaste a vê-las.
Agora vou colorir o resto dos dias
com a cor da esperança
para que este novo tempo que falta
seja um tempo breve
e que as gaivotas me devolvam
os meus sonhos e os desejos
do tempo de regresso.
Soror S
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