Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

LUA CHEIA DE AGOSTO

Desperta, amor, O sol já brilha Se bem que a lua, Curiosa, Ainda se recuse a partir. Talvez por isso E porque me convidaste A partilhar a lua cheia de Agosto, Que ainda não chegou Apenas se adivinha No crescente desenhado no meu céu, Estejas nessa prostração. Desperta, amor Quero-te bem vivo. Espero o teu sorriso Ou melhor, as tuas gargalhadas Aquelas que me prometes-te Quando me achaste. Abre a janela, amor Deixa entrar o sol Não na casa, mas em ti. Deixa os seus raios Brincarem com o teu nariz Enquanto repousas no sofá. Desperta, amor. Abre o coração à vida, Recusa sair de cena E volta. Tens de saber separar o dia da noite. Só com essa certeza posso aceitar O teu convite Para partilhar a lua cheia de Agosto.

SOROR S

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