Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 29 de agosto de 2008

NOVO DIA

Após a chuva de ontem Nasceu de novo o sol. Um gato veio espreguiçar-se Languidamente na minha varanda. As gaivotas atravessaram o céu Por cima de casa E não gritaram Como nos últimos dias. Sentei-me no jardim E deixei-me envolver pela luz estival. Senti que agora estava tudo bem Que já não precisava de partir Para me afastar de ti E do teu desassossego. Deixei-me embalar pela brisa… A sombra da buganvília Criou estranhos arabescos no meu corpo. Um torpor estranho se apossou de mim E, quando acordei, Já o sol desaparecia devagar Para dar lugar à lua cheia outra vez. im

1 comentário:

Anónimo disse...

Meus caros irmãos :

Quando nasci eu era negro,

Agora cresci e sou negro,

Quando tomo sol fico negro,

Quando tenho medo fico negro,

Quando estou doente fico negro,

Quando morrer ficarei negro.

E você homem branco,

Quando nasce é rosa,

Quando cresce fica branco,

Quando toma sol fica vermelho,

Quando sente frio fica roxo,

Quando sente medo fica verde,

Quando está doente fica amarelo,

Quando morre fica cinza.

E ainda tem coragem de me chamar de homem de cor !?

(PALAVRAS DE UM POETA AFRICANO