Uma irreverência entre a memória e a saudade
Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Hoje
entrançarei o meu cabelo
com o sol
e o brilho das estrelas
que restou da noite.
Enfeitá-lo-ei
com algas coloridas
que prenderão as conchas
apanhadas no areal ao amanhecer.
Vestir-me-ei de mar
num longo vestido verde
debruado a espuma
que arrastarei pela areia
para que ela lhe sirva de bainha.
E ao entardecer,
quando o último barco sair para a faina
e na praia só houver gaivotas,
deitar-me-ei na beira-mar
porque é aí o lugar do nosso encontro.
Nesse leito sem fim do oceano
teremos como lençol apenas o meu vestido,
a que o poente terá dado já uma nova cor.
E cada movimento da maré
será a única testemunha
dos beijos
dos abraços,
do nosso amor…
SS
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