Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 16 de julho de 2012

CURIOSIDADE FEMININA

Quisera saber do teu quotidiano
momentos que nunca conheci
nem me contaste:
quando te levantas,
e a que hora te deitas.
Se um bocejo te avisa
que o sono está a chegar
e pões marcas no livro
que fechas antes de apagar a luz
e adormecer
ou o deixas cair em silêncio ao chão.
Se dormes enrolado em ti próprio
ou bem esticado nos lençóis.
Se acordas e te espreguiças
ou vais acordando…
E qual o teu primeiro afazer do dia ?

Pensarás: que curiosa,
intrometida, embirrenta até!
Para que quer ela tudo saber?

Tens razão!
Pareço estranha!
Só que como nunca vivemos juntos
um dia inteiro
de ti só sei uma metade.


Falta-me a outra para te conhecer.


SS

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