Houve um tempo
em que não havia espaços vazios
entre nós.
Os nossos pensamentos
corriam como rios
para encontrarem o outro
em qualquer margem,
cruzavam o ar
montados em pássaros
ou levados pela aragem.
E, mesmo à distância,
sem sabermos um do outro
sempre fomos capazes de nos encontrar.
Tudo mudou.
Os espaços estão vazios.
Esquecemos as rotas das viagens
e até já não sabemos
de nós.
O tal tempo que houve,
e que foi sempre só dos dois,
converteu-se num outro.
sem sinais nem referências,
e que, ao contrário do primeiro,
é um tempo de estarmos sós.
SS
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