Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 22 de maio de 2014

VIAGEM

Dá-me a tua mão
e ensina-me o teu olhar.
Quero ver as coisas claras como tu.

Mostra-me o céu do teu imaginário 

e o mar em que navegas
quando repousas nesse teu silêncio
tão profundo e que apenas tu sentes
mas não sabes explicar. 

Dá-me a tua mão
e leva-me contigo
num voo de gaivotas ou num rasto de corça,
se preferires,
mas não me deixes só.

Sem ti perderia as referências de sentir
porque esqueceria a capacidade de amar
e  como uma árvore seca, retorcida,

levada pela corrente,
nunca encontraria a tua foz. 

Vem, estende-me a tua mão...
Assim…
de mansinho …
e guia o meu caminhar…

SS

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