Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


domingo, 30 de setembro de 2012

O MEU PAÍS



Pesa-me na alma
ver o meu país nesta convulsão.
Não é a primeira vez
e duvido que seja a última.
Mas faz-me confusão sentir
que este pedacinho que é a terra onde nasci
não tenha conseguido encontrar-se

neste tão longo existir.
E o que mais me apoquenta
É que se contra os estranhos
é um herói
(que o digam os castelhanos)
de portas para dentro
reina sempre uma tormenta
que me faz lembrar Caim e Abel.

Com o mar esqueceu-se o pão.
Para viver ficaram os dedos
porque todos os anéis foram roubados.

E agora …

Agora só irmos daqui para fora
aproveitando a saída pelo mar
a única coisa em que somos os maiores
e que Deus nos deu para  compensar

o erro que cometeu ao criar em nós
esta forma estranha de agir e de pensar.

(Será que um dia a vamos saber aproveitar?)

SS

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