Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 4 de junho de 2012


Vem, amor,
contar-me a tua história
não a que já conheço
conta-me a de antes de eu existir em ti.


Fala-me das tuas alegrias
e das tristezas
do teus desejos de menino
e dos feitos de rapaz.

Mas conta-me
a olhar-me bem nos olhos
para que eu perceba tudo.
O brilho do teu olhar varia
entre o escuro do mar profundo
e o claro dos dias de sol
como uma mensagem cifrada
do teu modo de sentir ou de estar.

Vem amor,
senta-te aqui,
bem junto de mim
e leva-me a conhecer todo o teu mundo.


SS

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