Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Em menina sonhava com príncipes encantados
que me haviam de libertar de um encantamento
e tecer entre nós uma paixão.

O tempo passou
e, jovem, preferi os heróis dos romances que lia e relia
e a cada um entreguei o coração.

Enquanto a vida girava
o amor foi-se afastando de mim
ou eu dele, não sei.
Acabei por lhe perder o rasto
e julguei que me abandonara por fim.

Mas um dia, igual a qualquer outro dia
encontrei-o só e perdido
no meio de palavras vindas de um outro mundo
que eu não conhecia.

Acolhi-o com os mesmos sonhos de menina
mas com a lucidez de quem já muito viveu.
Renasci em plenitude nos seus braços
de que fez um ninho onde me acolheu.

Amor é sempre algo especial
e ama-se em qualquer idade
Mas é um privilégio quando ele surge
claro e sereno
em plena maturidade.


SS

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