Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 18 de junho de 2012

PERDOA, AMOR

Perdoa, amor,
Mas não me lembro bem do dia
em que contigo cruzei.
Muito melhor fixei
quando te comecei a querer.
Não são de confundir os dois momentos.
No primeiro só te antevi e parti.
Mas no segundo..
Ah, no segundo…
olhei-te e fiquei parada ali
à espera não sei de quê.

Depois disso
quantas voltas deu a terra
sem eu me perder de ti?
Quantos meses, dias, horas
para não falar em anos,
já passaram

desde que em mim te senti?
Quantas noites me deitei
e o meu sono todo inteiro
foi um namoro constante
feito oferta para ti?


Depois disto, meu amor,
pelo tempo que vivemos,
já me poderás perdoar
que eu não possa recordar
a primeira vez que te vi?


SS

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