Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


terça-feira, 19 de junho de 2012

AMANTE IMAGINÁRIO

Há duas maneiras de amar:
amar por amar ou fazer amor.
A segunda precisa da primeira
mas a primeira nem sempre acaba na segunda.
Digamos que são coisas distintas
que se podem ou não conjugar.
Mentiria se dissesse que não gosto da segunda
mas a minha preferência vai para a primeira
que me alimenta alma
e condiz mais com o meu eu
que gosta do silêncio e calma.
Amar acompanha-nos todo o dia

(e as noites também, se são de insónia)
e para viver basta-lhe só um coração
se bem que repartido por dois
porque não é possível amar em solitário.

Isto a não ser quem  seja tão bom de fantasia
que tenha conseguido criar dentro de si,
como uma criança quando está sozinha,
não um amigo, mas um amante imaginário.


SS

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