Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 16 de junho de 2012

FUGA

Foges-me
por entre os dedos
como se fosses água corrente de um ribeiro
ou gaivota acossada
que se encosta ao cais
para estar segura
em tarde de temporal.
Fujo-te no vento que passa,
no tempo que corre depressa demais
e eu não consigo deter. 

Cada passo que damos
eu fico um pouco mais longe de ti
e tu de mim.
É tão grande a distância
entre o sermos e os estarmos
que às vezes penso
que foi neste desacerto
que o nosso amor encontrou o ponto certo.

SS

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