Foges-me
por entre os dedos
como se fosses água corrente de um ribeiro
ou gaivota acossada
que se encosta ao cais
para estar segura
em tarde de temporal.
Fujo-te no vento que passa,
no tempo que corre depressa demais
e eu não consigo deter.
Cada passo que damos
eu fico um pouco mais longe de ti
e tu de mim.
É tão grande a distância
entre o sermos e os estarmos
que às vezes penso
que foi neste desacerto
que o nosso amor encontrou o ponto certo.
SS
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