Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 24 de março de 2016

LINHAS

Não me apetece a tangência
porque me sugere linhas
que sobrevivem apenas se encostadas
mas cuja contínua fricção
fere toda uma existência.

Também não quero a intersecção
das linhas secantes
que se cruzam por momentos
para logo se afastarem
numa outra direcção.

Prefiro a equidistância
das linhas paralelas.
Caminhando lado a lado
nunca se perdem de vista
nem mesmo com a distância.

GM

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