Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MADRUGADA

Não abras a janela, amor.
A noite não acordou ainda
e as estrelas não sabem contar o tempo
para avisar quando finda.
Aproveitemos as horas que nos restam
para acabarmos tudo quanto começámos.
São sempre bons estes restos que nos sobram
para permanecermos lado a lado saciados
amando-nos  entretanto apenas com o olhar.
Deixa-te ficar, inteiro, até que chegue o momento
em que terás mesmo de me deixar.
Quando saires, fecha a porta com um beijo,
o teu sinal secreto de me avisares
que vais, só porque tens de ir,
mas que com a luz da primeira estrela,
irás voltar.

SS

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