Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 13 de maio de 2013

OLHAR



 
 
Não precisamos de palavras entre nós.
O nosso olhar diz
tudo quanto queremos
e sentimos.
Nele se confundem
as vivências
de horas esquecidas
em que nenhum de nós pensa sermos dois.
É o registo único do quanto dizemos
e do que ficou por dizer nas horas partilhadas.
Por isso para nós
as palavras não são nada.
 
Se me queres
não fales.
Olha bem fundo de mim.
Para nos amarmos
basta-nos a fusão dos olhos com o silêncio.
SS








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