Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 11 de abril de 2013

PERDI A ALMA


Perdi a alma
nas pequenas coisas
do quotidiano;
nas conversas trocadas
pelas ruas
com gente que vagueia;
nas notícias
que se cruzam
ocas e sem destino;
na chuva
que cai sem parar
no inverno desta primavera;
nas flores
que não abrem
porque se apagou o sol;
nos dias
que se sucedem
em discordante sequência;


perdi a alma
por mim
por ti
por nós
pela ausência…

SS

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