Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ESPERA DE UM TEMPO NOVO


 

De tudo quanto te escrevi
rasguei as palavras uma a uma.
Fui perdendo o sentido delas
no uso exaltado que lhes dei
e na repetição de algumas
escolhidas tão somente para rimar.
Duvido até que tenha conseguido,
no meio dessa confusão.
dizer alguma vez o essencial.
Por isso recolhe-as todas tu também
dos sítios onde as tens guardadas.
Como tudo que chega ao fim
deves deitá-las fora
porque deixaram de nos servir.
Só poderemos recomeçar
um novo e desafiante ponto de partida
abandonando as palavras estafadas
e criando outras para um tempo
que seja inovador
e que trace um sentido diferente
àquilo que tem sido até aqui a nossa vida.
SS

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