Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DIA DE VOLTAR

Um dia vai ser.
Não sei quando
nem o antevejo,

mas sei que vai acontecer.

Nesse dia
Vais-me esperar no sítio do costume,
dar-me o beijo do costume

e arrancar comigo
para um lugar
onde possamos conversar
entre sorrisos e olhares coniventes,
presos entre o desejo e a pressa de amar.

Mais tarde, como de costume,
a conversa rolará fluente,
as palavras sairão sem as pensarmos
e colidirão por vezes certamente
até que os dois,
felizes por as debatermos,
as acomodemos
cada uma delas no seu lugar.

Depois,
bem depois,
do desejo satisfeito,
do coração feliz
e do espírito iluminado

chegará a hora de regressar.
Só não sei quando,
mas um dia vai  ser dia de voltar.

SS

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