Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Cheiras a ervas e rio
e eu a sal e mar.
Corres entre duas margens que te amparam
enquanto eu, sem limites, ultrapasso horizontes
na busca perpétua de uma praia onde parar.
Ambas as viagens são momentos de procura
para percebermos o que cada um quer e sente:
Tu no teu correr de mansinho
desfrutando calmamente dos sítios de passagem;
Eu, gigante e sempre em fúria veloz
galgando a extensão que me separa de um continente.

Estas nossas viagens de sentires apenas chegarão ao fim
quando que nos encontrarmos numa qualquer foz.


SS

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