Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Nunca fui a África por isso África para mim era uma interrogação cujas respostas procurava nas páginas dos livros, nas imagens das revistas ou nos filmes de guião made in Hollywwod. Quando te encontrei o teu coração falou-me da sua alma que era chegada à tua, do cheiro da terra em que te reconheces e que conservas impregnado na pele. Nos teus olhos assisti ao espectáculo das cores dos jacarandás, desfrutei dos crepúsculos sobre o mar e das noites de luar na selva entre animais e sons de batucadas. As tuas palavras continham o sentir das gentes e o respirar de uma atmosfera diferente da minha e que te pulsava nas veias como se lá tivesses nascido. E porque me buscaste, trazendo dentro de ti esta vivência, contagiaste-me com a tua África, bem diferente daquela que eu imaginara, mas que passou a ser a minha também. SS

Sem comentários: