Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Dias/noites

DIA/NOITE

Em cada manhã que nascia
era a algema dos teus braços
a prenderem-me
sobre os lençóis amarrotados
da noite que findara.

Em cada tarde era espera
que o sol de escondesse
e que tu voltasses
para me encontrares
antes que a lua chegasse.

Em cada noite era o regresso
do amor que sobrara da véspera
e o adivinhar das palavras invulgares
que inventaras de dia
para à noite m' enamorares.

SS

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