Sobre a minha casa
não é costume verem-se as gaivotas
em dia de temporal.
Até eu, que me considero uma delas,
evito aparecer
e fico enrodilhada no sofá
a recordar velhas músicas
ou filmes vistos e revistos
daqueles que fazem chorar,
porque de amores perdidos ou achados,
e que dão jeito ver nestas ocasiões.
Mas há pouco, não adormeci
e nem sequer sonhei,
olhei pela janela e vi
duas gaivotas a voar por cima dos telhados.
Fuga da ventania ou voo de enamorados?
GM
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