Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


domingo, 19 de janeiro de 2014

DEPOIS DA TEMPESTADE... VEIO O SOL


O meu pátio
parece uma rua de bairro popular
em festa de padroeiro.
Bandeirolas de camisas e camisolas,
festões de saias e calções
e lençóis lembrando colchas
penduradas das janelas.
Nas casas aqui do lado
repete-se a trabalheira.
Da rua chega o espanto
dos pedestres espantados
pela barulheira
e sobre o que aqui sucedeu. 

Pobres coitados!

Talvez porque é domingo,
santo dia  de lazer,
sem temporal avisado,
no seu passar alheado
nem viram que o sol nasceu
enxugando as nossas almas
e o enxoval pendurado.
 
SS

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