Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 27 de outubro de 2012

ESPERANÇA


Despi-me completamente
do cinza do dia de hoje,

do desconforto da solidão,
das saudades que teimam em não me largar
e lancei-me a uma tarefa inesperada.

Nada como começar um trabalho,
sobretudo se acidental,
para despertar.


Por momentos, anos ou dias,
viverei tão embrenhada na novidade
que me despirei das tristezas
e cada momento passará a ser (se correr bem)
de pequenas e espontâneas alegrias.

Por isso
parti para o desconhecido
e para longe do habitual, do quotidiano,
soltando-me totalmente da rotina. 

Não sei onde vou parar.
Não sei o que vou fazer.
Apenas espero que, enquanto durar,
eu seja capaz de conseguir renascer.


SS

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